Materia do ISTOÉ
Os EUA descobriram o que as manicures sempre souberam: basta juntar algumas mulheres num mesmo ambiente para que as fofocas rolem soltas. Na série Desperate housewives, um dos grandes sucessos da tevê americana (seis prêmios Emmy e dois Globo de Ouro), o diz-que-diz vem esquentado por uma inventiva trama folhetinesca. O enredo gira em torno de um grupo de balzaquianas bem-casadas, vizinhas numa mesma rua onde não há sequer um lixinho no chão, mas perplexas diante da descoberta de que suas vidas familiares, que aparentemente exalam paz doméstica feito comercial matinal de margarina, não são tão maravilhosas como parecem. Trata-se de um sucesso que ao estrear em 2004 conseguiu uma audiência de 25 milhões de espectadores americanos. Agora essa comédia dramática, temperada com suspense policial, vai ganhar uma versão brasileira. Prevista para estrear em agosto, nas noites de domingo da Rede TV!, Donas-de-casa desesperadas já vem com selo de garantia: além da co-parceria com a Buena Vista International Television Latin America (leia-se Walt Disney), o elenco principal é encabeçado por estrelas do brilho de Sonia Braga e Lucélia Santos.
Sonia fará o papel de Alice Monteiro (Mary Alice no original), a perfeita dona-de-casa, mãe de um filho, que se suicida sem motivos aparentes logo no início do primeiro capítulo e passa a narrar a série como se nada tivesse acontecido. Ou seja: ela continua sabendo tudo sobre todas as amigas – cinco ao todo. Susana Mayer (Susan Mayer, vivida por Teri Hatcher no original) é mãe de uma garota e está em busca de um novo amor: seu marido a trocou pela secretária. Teresa Seiblitz vai ter um grande desafio ao encarar a personagem Lígia Salgado (Lynette Scavo), uma executiva que largou tudo para cuidar dos três filhos e do bebê recém-nascido, papel defendido na versão americana pela classuda Felicity Huffman. Desafio mais leve é o de Isadora Ribeiro, pois sua Vera Marques (a Edie Britt americana) que ataca todos os homens disponíveis do bairro deve ser, antes de tudo, uma sedutora – Isadora se dá bem nesses papéis.
A versão é brasileira em termos, isso porque as filmagens, iniciadas no dia 23 de abril, estão sendo feitas em Buenos Aires, na Pol-Ka Producciones. São 130 atores envolvidos na produção de US$ 50 milhões, cinco deles bancados pela Rede TV!. As filmagens dos 23 episódios previstos acontecem até julho, sob a batuta do diretor carioca Fábio Barreto. No estúdio de 45 mil metros quadrados foi construída uma réplica da Wisteria Lane original, típica rua de classe média que aqui vai se chamar Arvoredo. A adaptação aos costumes brasileiros, que teve a aprovação prévia da Disney, prevê mudanças expressivas. Exemplo: as casas de madeira brancas serão de alvenaria. Numa das cenas de strip-tease optou-se por um show de mulatas. Outra alteração se dá no velório de Alice Monteiro. No original, os seus amigos levam comida para uma reunião de condolências em sua casa, hábito no mínimo estranho para os brasileiros.
Seja o primeiro a comentar
Postar um comentário