Continuando nosso especial sobre Donas de Casa Desesperadas...
Hoje nós vamos falar sobre os aspectos bons e aquilo que não deu muito certo na adaptação brasileira de Desperate Housewives.
A primeira coisa que eu gostaria de colocar na lista daquilo que saiu bem em DCD é a abertura. Na aparência, não é nenhum pouco diferente das outras versões latinas, a não ser por alguns créditos que mudam e outros que são acrescentados. E também tem aquele samba ao fundo que dá todo um toque especial. Apesar do significado da maçã, ou seja, o pecado, estar mais latente na da versão original, na nossa a fruta acompanhou a maioria das cenas representadas na abertura, como que dizendo, mesmo que de forma menos óbvia, algo do tipo: "Ei, o pecado é rotineiro e está escondido em lugares em que menos se olha!".
Agora, uma coisa que definitivamente não ficou muito legal foi a narração de Sônia Braga na maioria dos episódios. Em alguns momentos ela até me agradou como a contadora da história, como no último episódio onde ela se mostrou perfeita em todos os aspectos, mas a maioria das vezes não correspondeu às minhas expectativas. Senti até que Alice estava entediada no além-mundo e, não tendo o que fazer, resolveu fofocar sobre as pessoas que deixou em Arvoredo. Também houve aqueles momentos em que a cena era a maior comédia e ela não soube dosar a voz, dando um ar todo tétrico pra coisa. Algo que, com toda a certeza, não agradou... Mas interpretando ela deu um show! Não compensou seu trabalho como narradora, porém me deixou bastante contente.
Outra coisa que começou e acabou muito bem, na minha humilde opinião, foram as interpretações de atores como Viétia Zangrandi, que transformou a Bree perfeita e de comportamento quase mecânico na Elisa perfeita e com sentimentos mais à flor da pele, e seu marido, Ricardo, de Douglas Simon. Também vale colocar nesse rol a querida Tereza Seiblitz como Lígia, a mãe forte, porém indecisa, e seu parceiro na trama, Leon Góes, interpretando o pai e marido Tomás, e o irreverente casal Gabriela e Carlos de Franciely Freduzeski e Alexandre Schumacher, além de outros nomes como Isadora Ribeiro e sua espevitada Vera Marques, e Paulo Reis fazendo o papel do pai protetor Paulo Monteiro. E, é claro, Lucélia Santos que, apesar de criticada e às vezes com toda razão, interpretou a louquíssima, porém legal, Suzana Mayer.
Já a parte argentina da trama foi um problema, algo que pode ser contado como mais uma causa para o "fracasso" de DCD. Misturar aquele povo dublado com o elenco brasileiro pareceu algo muito artificial às vezes. O que salvou a coisa toda foi a interpretação dos portenhos que não deixou a desejar. Pedro Merlo como o doido René e sua vizinha obcecada por ele, feita por Patrícia Rozas, a mais doida e fria Felícia. Também podemos incluir aqui a Julieta Calvo, “senhora” de Júlia, e María Rosa Fugazot como a mama Solis brasileira, dona Alzira. Esteban Lamarque também pode ser contado aqui, além de muitos outros que fizeram participação na série e que agora me falha a memória...
Mais um ponto negativo: a Argentina. Não, não pensem que eu sou xenófobo, nem que seja no caso do futebol. Mas é que em várias cenas os atores foram obrigados a usar um vestuário que não correspondia com a nossa realidade. Assim como o roteiro não foi infelizmente adaptado para o nosso cotidiano. Seria muito legal se tudo fosse produzido por aqui...
Mas, de uma forma ou de outra, os donos da atração conseguiram driblar o script com expressões próprias do Brasil, em especial no núcleo dos Solis, como na vez que o Carlos disse que tinha batido naquele moço, pois não sabia que ele era veado, e quando a Gaby disse que estava comendo demais para ficar "gorda igual à vaca" da sua sogra. Coisas como essa valeram realmente a pena.
Bem, é isso que eu queria dizer. E você, fã de Donas de Casa Desesperadas? Deixe um comentário e complemente o que eu acabei de escrever! Diga o que você achou que deu certo, o que deu errado, discorde, concorde, enfim! Esse especial foi feito pra você e gostaríamos muito que colaborasse!
Pra fechar com chave de ouro esse segundo dia de especial, deixo com vocês, pra aumentar ou diminuir a saudade que cada um sentimos, a abertura da série que nós tanto amamos:
Até amanhã!
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