quarta-feira, 15 de outubro de 2008

[REVIEW] 5x03 - KIDS AIN'T LIKE EVERYBODY ELSE

POR ANTÔNIO PRADO

As crianças que nasceram ou cresceram durante os cinco anos velados de nós foram o foco deste episódio que mostrou as conseqüências que a falta de sutileza pode causar, desde duas mães brigando no gramado dos vizinhos gays e um garotinho vomitando na sala de jantar na frente de quase o bairro inteiro até um desconfiar afetado de mistério...

Meu amigo Hugo classificou Kids Ain’t Like Everybody Else como “o melhor episódio até agora”. Apesar de a season premiere ainda estar na minha cabeça, tamanho foi o efeito causado em mim pela volta das donas de casa de Wisteria Lane, sou obrigado a concordar que ele foi cem por cento. A comédia, apesar de ter se sobressaído ao drama e ao thriller, não interferiu negativamente no andamento da história. Casou muito bem, como diria meu avô. :P

E já que estamos falando do cômico, nada mais justo que começar os comentários com a Susan.

Na minha humilde, porém relevante opinião, as melhores citações deste episódio foram dela. Impossível não rir, por exemplo, quando ela disse que Juanita não era uma garota comum, que a gordinha poderia matar um filhote de veado. Outros quotes da senhora Mayer sobre o peso da filha de Gaby foram igualmente hilários, como ela dizendo à mãe da garota que ela estava pesada até para a sua idade, e que era bom avisar Bob e Lee sobre o suposto estrago que a menina causou ao cair na grama deles. Muito bom!

Também adorei mais uma referência ao Brasil em Desperate Housewives. Primeiro, foi Gabrielle e Victor vindo pra cá curtir a lua-de-mel, e agora o Jackson citando a capoeira – ou Kung-Fu-Cha-Cha-Cha brasileiro, como Susan definiu. Coisas como essa reforçam o meu sonho de ainda ver um personagem oriundo destas terras tupiniquins em DH Good Reveries Made in Brazil.

Continuando com a senhora Solis, afinal, ela foi uma das protagonistas da luta do século.

Pela primeira vez desde o início da temporada, eu começo a sentir uma espécie de aflição pela pobreza dos latinos de Fairview. A cara que a Gabrielle fez quando descobriu que seu sport estava sendo vendido para uma babá foi uó, doeu mesmo. Mas pior ainda foi ela ter que comprar o carro do Andrew. Perdoe-me o infeliz que tem um como aquele, mas, pelo amor de Deus, né? Aquilo não é um carro, é uma carroça! Ainda bem que no final do episódio ela retomou o seu poder e resolveu as coisas com o cara que tentou vender-lhe algo que ia contra as leis da física e da decência.

Mas o melhor deste núcleo não foi exatamente a ex-modelo, e, sim, sua filha, Juanita, os desdobramentos de sua valentia. Aliás, no universo de Marc Cherry não existe conselho tutelar? Porque o que andam fazendo com a menina não é brincadeira. Primeiro a mãe obrigando-a a correr atrás do carro e agora a louca da Susan empurrando-a. Só não é pior porque a Gaby ainda tem sangue nas veias e sabe muito bem quando esquentá-lo.

Voltando à menina com o nome da avó... Aquela fala dela – “I’m not a crying baby like MJ!” ou alguma coisa assim – nunca vai sair da minha cabeça. E nem o que aconteceu depois. Briga de mãe é uma das coisas mais raras e também as piores que podem existir. Que guerra do Iraque o quê! O que ficará na nossa memória mesmo é as duas amigas de Wisteria Lane se embolando em frente à casa dos vizinhos por causa de suas crianças!

E, só pra terminar: é isso aí, Gabrielle! Retome as rédeas da sua vida e não deixe que os Andrews da sua vida venham te sufocar! Segure no volante e ameace quantas vezes forem necessárias!

Seguindo em frente com as crianças, vamos até Benjamin. O garotinho cresceu e, apesar de ser neto, eu sinto cá dentro que ele sempre será o filho de Bree. Não vai demorar muito, creio eu, para que ele mesmo passe a tê-la como tal. Os olhos dele dizem isso e, quando os olhos de uma criança dizem algo, é porque aquele algo é... Não sei se ficou suficientemente claro, mas, tudo bem.

Graças a Deus, Danielle se tornou uma boa pessoa, “tomou tento”, como algumas pessoas diriam. Entretanto, o “veneno” dos Van de Kamp ainda impera e quanto mais eu penso nela diferente da mãe, mais eu percebo que as duas estão ficando cada vez mais idênticas. Não no sentido da perfeição, mas na tomada de posição, do tipo eu-estou-certa-e-ponto-final. Caráter muito diferente de Leo que me parece um grande babaca. E a cara da Bree quando descobriu que os Katz são judeus foi ótima e, mais uma vez, ela demonstrou seu preconceito.

Mas as melhores cenas foram aquela do parque, em que, num lance simplesmente diabólico, Bree entope seu neto de cachorro-quente, a do jantar – Não dá pra chegar no lavabo? Vomite no chão mesmo! Mesmo que o bairro inteiro esteja te vendo, ninguém vai ligar! – e a que Orson e a mulher têm uma conversa. Apesar de achar muito errado o fato dele ter acusado-a de não ter lutado mais, eu creio que ela deveria ter se esforçado pra que as coisas corressem da melhor forma possível. E o amor que ambos os avós nutrem pelo filho-neto é uma coisa extraordinária. Ver que o senhor Hodge ama tanto Benjamin chega a me emocionar.

Vamos ver que rumo esta história toda vai tomar!

Lynette não teve uma participação muito grande neste episódio. Entretanto, as cenas das quais ela participou só serviram pra duas coisas: que ela ainda tem a astúcia de sua mãe, Stella, dentro de si, e que não pode resistir aos discursos de Dave. Aliás, uma dica pros Scavo: procurem não falar de coisas íntimas próximas ao senhor Williams, do tipo Tom tem medo de altura; ele é misterioso demais e pode usar isso em proveito próprio num futuro bem próximo...

Mas, prosseguindo. Eu sabia que a Felicity era uma boa atriz, mas você enganando o Tom, Lynette, foi sensacional. Pena que pra Penny – pelo que me parece, vai aparecer tão pouco quanto nas temporadas anteriores... – as coisas parecem não ter acabado muito bem. Pois, quando um pai chama o filho pelo nome completo, pode saber: aí vem. Só não veio porque um certo vizinho misterioso chegou e conseguiu fazer com que as coisas ficassem na paz. Visando sempre o seu plano maior, claro. Dave não dá ponto sem nó.

Como sempre nos meus reviews, eu costumo deixar os comentários sobre o desvendamento do segredo pro final. Então, vamos lá.

É muito bom ver que Katherine está ajudando Mrs. McCluskey nesta empreitada, conduzindo as investigações. Eu acho até bom, porque, assim como a maioria das crianças, Karen não sabe ser discreta, sutil. Afinal, quando estamos falando de um segredo em Wisteria Lane, perspicácia é muito pouco. É preciso manter tudo muito bem escondido até o momento certo.

Parece que a Moral de Bolso do Dave está fazendo efeito sobre mim. Sim, porque, lá no fundo, eu penso que ele é só um perturbado que carrega nas costas uma dúzia de traumas, que lá no fundo – e bota fundo nisso! – ele tem um pouquinho de bondade. Começo até a sentir pena dele, sabe?

Pára com isso, Antônio! Acorda! Ele só está querendo que você acredite nele!

Tal como ele está fazendo com Edie. Se a Mrs. McCluskey for internada num asilo, eu simplesmente não saberei o que fazer. Da temporada passada pra cá, assim como muitos fãs da série, eu venho pegando muito afeto pela personagem.

Mas, por enquanto, não podemos fazer nada. Ninguém pode.

Até semana que vem. Abraços!

Seja o primeiro a comentar

  ©Template by Dicas Blogger :: Séries no PC - Housewives Desesperadas

TOPO